© Jonas Mekas Still de Williamsburg, Brooklyn |
O que me levou a escolher ver Williamsburg, Brooklyn foi ter pensado imediatamente em Alfred Stieglitz no momento em que li a sinopse. Enganei-me. As suas visões são completamente diferentes. Enquanto a Nova Iorque de Stieglitz me transmite silêncio, uma espécie de cidade suspensa no tempo e no espaço, a captada por Jonas Mekas é fervilhante; quase como se Stieglitz se conseguisse posicionar exclusivamente enquanto espectador atento de uma realidade, e por outro lado Jonas Mekas tivesse de a viver para a conseguir registar.
Letter from Greenpoint acabou por reforçar ainda mais esta ideia. Jonas Mekas é o seu próprio trabalho. Só lhe interessa filmar determinado assunto porque o mesmo, de uma forma ou de outra, faz parte dele. Como o próprio disse não é na memória que a sua obra se foca, mas sim na experiência do presente. Talvez para o conseguir viver de forma mais intensa.
Os dois filmes são recentes; o primeiro de 2003 e o segundo de 2005, mas a captação das imagens encontra-se separada por cerca de 50 anos. Tudo mudou. Não só a aparência dos espaços, da cidade, mas também a forma como o cineasta se relaciona com eles através da sua objectiva:
"The basics of my Bolex period was single individual frames. (...) To destroy reality and then recreate it from scratch (the way I see it) allows me to merge with what I'm filming. (...) The tool determines the content. You cannot do with oils what you do with watercolors. Video has changed the content of my work." [Jonas Mekas, Culturgest, 18.10.2009]
Talvez seja também por isso que afirmou não considerar o seu trabalho documental, mas sim ficção. Embora nada do que filme seja planeado, embora tudo se desenvolva de forma espontânea, nós só vemos o que Jonas Mekas nos quer mostrar. No final, a história é sua.
Ficaram algumas dúvidas desta sessão... espero conseguir ir à masterclass amanhã.
Letter from Greenpoint acabou por reforçar ainda mais esta ideia. Jonas Mekas é o seu próprio trabalho. Só lhe interessa filmar determinado assunto porque o mesmo, de uma forma ou de outra, faz parte dele. Como o próprio disse não é na memória que a sua obra se foca, mas sim na experiência do presente. Talvez para o conseguir viver de forma mais intensa.
Os dois filmes são recentes; o primeiro de 2003 e o segundo de 2005, mas a captação das imagens encontra-se separada por cerca de 50 anos. Tudo mudou. Não só a aparência dos espaços, da cidade, mas também a forma como o cineasta se relaciona com eles através da sua objectiva:
"The basics of my Bolex period was single individual frames. (...) To destroy reality and then recreate it from scratch (the way I see it) allows me to merge with what I'm filming. (...) The tool determines the content. You cannot do with oils what you do with watercolors. Video has changed the content of my work." [Jonas Mekas, Culturgest, 18.10.2009]
Talvez seja também por isso que afirmou não considerar o seu trabalho documental, mas sim ficção. Embora nada do que filme seja planeado, embora tudo se desenvolva de forma espontânea, nós só vemos o que Jonas Mekas nos quer mostrar. No final, a história é sua.
Ficaram algumas dúvidas desta sessão... espero conseguir ir à masterclass amanhã.
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