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sábado, 22 de novembro de 2008

Arte Lisboa 2008 [Rescaldo]



A Arte Lisboa deste ano continua dominada pela "pintura pintura" (muita pintura figurativa, muito hiper-realismo - nada contra, fiquei bastante impressionada com a qualidade de parte do que vi, mas já era tempo de dar oportunidade a outros meios).

É de salientar que há muito mais fotografia do que no ano anterior (finalmente) e bastante desenho; por outro lado, praticamente não se vê escultura nem instalação e há muito pouco vídeo (o que infelizmente se vai tornando habitual nesta feira, ao contrário do que se passa na Arco Madrid que faz questão em apresentar o espaço Black Box, dedicado aos audiovisuais).

A Arte Lisboa continua a ser uma feira de arte contemporânea muito conservadora. Devia haver espaço para tudo, mas infelizmente o que lá se mostra continua dominado pelas escolhas de uns quantos galeristas, essencialmente preocupados em fazer negócio. É mais fácil vender pintura, pois. Em Lisboa, arrisca-se pouco.
 




Ao contrário do que se passa em Madrid (e não só), a Feira de Arte de Lisboa continua a ser encarada pelo público como um evento elitista. É impressionante a diferença de afluência a estes eventos! Em Espanha, a Arco é uma "festa"; não tem só estudantes de arte, artistas, galeristas ou investidores, mas todo o tipo de pessoas que se desloca propositadamente a Madrid para participar do evento; só por gosto. É outra educação (nota-se bem nos museus e na quantidade de eventos e estratégias de marketing que os espanhóis criam sistematicamente para atrair público... nós não... nem a Lisboa Photo se aguentou).

Em suma, poucas bolinhas vermelhas; a crise reflecte-se em todas as áreas, e a arte é sempre a primeira a ressentir-se.

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